É isso mesmo. Eu, Roberta, 38 anos. Amante dos livros desde a infância, nunca tinha lido O Pequeno Príncipe.
Quando criança, a minha amiga Dani me emprestou a sua cópia. Disse que amava e me passou para ler (amiga, já te devolvi? 25 anos de multa?). Ficou lá na estante e não sei direito o que houve, mas suspeito que tenha a ver com o título e aquela carinha do príncipe.
Nunca li.
Conheci a Raq e ficamos amigas. Uma das suas paixões, quem é? O Pequeno Príncipe. Ela trabalha com turismo e consegue viajar até mais que eu. Coleciona cópias do livro em todos os idiomas que encontra. Quando temos uma amiga que admiramos e que tem uma paixão intensa a gente gosta de conferir, não é? Pois é, eu aparentemente não porque até aí já tinha tido duas musas na minha vida que amavam esse livrinho e eu necas.
Nunca li.
O tempo passou, bem, muito tempo passou. Quando me mudei para a Alemanha fui rodeada por australianos (!). E uma amiga desse país que sonho em conhecer, a Sarah, me deu uma cópia em alemão. Ela disse que leu em francês quando estava aprendendo a língua e quis me dar para que eu, quem sabe, pudesse usar no meu aprendizado do alemão.
Nunca li.
Achei uma cópia em francês na rua. Em Berlim as pessoas colocam os livros que não querem mais em caixas e deixam na calçada. Levei pra casa.
Nunca li.
Já com filhos, compramos um brinquedo febre na Alemanha, o toniebox. É uma caixa que toca histórias infantis. Você compra um bonequinho e dentro do bonequinho tem uma ou mais histórias. Aí você coloca em cima da caixa e ela toca. Comprei o d’O Pequeno Príncipe em inglês. Advinha?
Nunca escutei.
Recentemente fui conhecer aquela desgraça daquela Livraria Lello no Porto e havia uma exposição sobre o livro. Meu ingresso para a livraria valia como voucher para livros ali. Comprei Peter Pan e O Mágico de Oz (O Feiticeiro de Oz aqui em PTland).
Foi só recentemente que comecei a andar com uma família bósnia aqui na minha cidade e eles contaram que leram o livro pros filhos deles. Como já tinha feito isso com Harry Potter e outros livros mais longos, finalmente ler O Pequeno Príncipe (O Principezinho em PTland) para meu filho mais velho me pareceu uma ótima ideia.
Comprei a versão brasileira e minha mãe trouxe.
Me apaixonei. Com quase 30 anos de atraso.
Desculpa, amigas.
Mini curadoria semanal
Há uns meses escutei um Mamilos sobre a Supersônica, uma editora de audiolivros brasileira de alta qualidade sob a direção de uma mulher. Nessa última semana tive a chance de conhecer parte da equipe e me apaixonei mais ainda pelo projeto e a visão delas. Estou escutando uma compilação feita por eles de contos do Machadão, O amor em 5 contos.
Em Ghana existe um mercado de artistas de caixões que você só acredita vendo.
Videozinho com as auroras de Saturno.
Kkkkkkk Isso é que se chama rejeitar príncipe!!! Mas tem uns ou pelo menos um que vale muito a pena: O Pequeno! Que bom que finalmente leu! 😉
Tem pouco tempo que me questionei onde estaria a minha cópia...hahaha agora já sei! Não lembrava mesmo!
Lembro que minha avó tinha a versão original em Francês, gostaria de tentar recuperar essa...
Com tanta expectativa para ler o livro, achei que o final do seu texto seria diferente. Talvez uma decepção...mas a conclusão me fez querer reler o livro, já que não leio desde nova quando passei para uma querida amiga. <3