{Estrangeira #50} O turismo vai acabar
E as fontes da minha cabeça também dizem que isso é bom.
Sim, eu acredito que o turismo vai acabar. As viagens de uma semana para Nova York ou Disney e as excursões de 5 países em 10 dias na Europa também. Não só eu acredito, como torço para isso.
Não dá mais para viver esse turismo que só suga, esse turismo baseado em bater ponto em uma lista de atrações replicada por influencer atrás de influencer. Desce aqui, entra em fila para uma foto, checa a lista, vai para a próxima parada e posta tudo à noite do wi-fi. Missão cumprida.
É preciso trocar as listas prontas por questionamentos maiores. Por que você quer viajar? Por que ir para este destino específico? O que tem ali que você não vai encontrar em casa?

O clima está colapsando e eu acredito que em breve seremos forçados a tomar um chazinho de simancol. Cidades super visitadas já odeiam turistas. Pergunta para alguém de Barcelona, Amsterdã ou Paris se eles não sonham o meu sonho? Ninguém quer mais ser ponto em lista propagadas por arrobas ou por excursões de ônibus vendidas por grandes empresas.
Eu acredito (torço/quero) que em breve haverá limite de turistas por ano em alguns destinos mais disputados. Que os preços de passagens para voos internacionais se tornarão exorbitantes à medida que a matéria prima para os combustíveis vai ficando mais escassa.
As vozes da minha cabeça vêem um futuro onde pouco a pouco seremos forçados a explorar os arredores da nossa morada e por isso escolheremos melhor onde vamos viver. As micro-aventuras serão mais valorizadas e o hype mesmo será criar listas secretas para lugares perto de casa.
As viagens para longe serão tão caras que seremos obrigados a apenas fazê-las se pudermos ficar mais tempo. O trabalho será remoto e a escola secundária também, por isso viajar significará viveremos em pequenas casas no campo por dois meses enquanto exploramos uma pequena região de um país de bicicleta. No campo porque as grandes cidades só permitirão visitantes por um máximo de uma semana desde que fiquem em hotéis. Airbnb nas capitais e grandes centros estará proibido.
Excursões acontecerão em pequenos grupos e tomarão mais tempo em cada parada. Se o viajante não tem muito tempo, deverá escolher um destino próximo de casa. Há muito o que se ver e viver em toda a parte.
Passaremos a desfrutar a vida mais devagar, de forma menos agressiva e menos tóxica. Nossas viagens serão sobre viver experiências profundas em outros lugares, conhecer pessoas e modos de vida.
Tudo vai dar certo.
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Valeu <3
Mini curadoria semanal
Essa semana saiu uma coluna minha no Euro Dicas Turismo exatamente sobre turismo sustentável na Europa.
Amei o episódio Cartões Postais do Fim do Mundo da Rádio Novelo Apresenta.
Falando em blog, eu atualizei o meu com atividades que fizemos com as crianças quando fomos no Gerês em setembro.
Você tem um ponto muito importante aí. A sustentabilidade das viagens vai precisar entrar nessa conta. Mas fico cética em relação à cultura de performance, que não parece que vai nos deixar tão cedo.